PARA JACK

ele passa a língua
pelos dedos
trêmulo
personagem sem rumo
na atmosfera cinzenta

lembranças
envolvem a visão deturpada pelo ice
embaralhada pelas gotículas alcoólicas,
que deslizam pelo tecido putrefato

perambula pelas ruas
sente o vazio
a escuridão se aproxima

vagueia pelas ruas
sonha em libertar-se
enquanto, adormece nas esquinas.

quando, o sol chegar.
não haverá mais
as quimeras da infância

sem abster-se dos moribundos,
que dançam com suas fobias
avista a face adulta, invertida

aprisionado pelo próprio destino
viajante solitário
um menino
Angelica Rizzi

Amigos

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