Pé de Peão

Eu nasci lá na campanha
Tirando lenha do mato
Saia de pé no chão
Não conhecia sapato

Pois tudo isso que eu falo
Acredite é um fato
E os dedos são bem grossos
Para os lados esburrachados

Bem no meio tem um corte
Que eu levei de machado
Pode vê a cicatriz...
Ainda está meio inchado

O Corte é meio grosso
Foi com fio de machado
Embaixo é bem cascudo
Está cheio de buracos

Das espetadas dos espinhos
Pois não usava sapato
E isso tudo eu adquiri
Cortando lenha no mato

O corpo coçava tanto
Veja só o aparato
Não sei se era pulga
Micuim ou carrapato

Mas o pé está inchado
E não dá para usar sapato
O Pé que está inchado
Eu só coço pela beras

Pois não coço no meio dos dedos
Porque ali tem freira
E já fiz uma benzedura
Já faz sete sexta feira

Por botar o pé no quentinho
Bem pertinho do portão
Não sabia que mais tarde
Nasceria um mijacão

Tudo isto que eu tenho
É de andar de pé no chão
Não conhecia sapato
Esta é a lida de um peão

Que corta lenha no mato
E anda de pé no chão
E para finalizar
Este é o pé em questão

Cheio de bixo-de-pé, frieira
Espinho e mijacão
Ricardo Baldez, Presidente da UTV Viamão.

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